terça-feira, 1 de maio de 2012
Welles, com vcs, Orson!
Olá, amiguinhos.
Hoje, dia do trabalhador, 1º de maio, está chuvendo na cidade do Rio de Janeiro.
Carioca, como bem diz a música de Adriana Calcanhoto, não gosta de dias nublados. Dias de chuva a gente até gosta, pq é oportunidade rara de colocar botas (pelo menos praquelas nascidas meninas, como eu), só é um pouco perigoso pq fica tudo inundado graças a toda uma vida de má administração que maltrata a Cidade Maravilhosa. Aliás, sinceramente, acho que deveriam aplicar a Lei Maria da Penha nos nossos governantes. Como se sabe, o Rio, apesar do nome masculino, é uma cidade bem feminina.
Mas voltando ao dia de hoje, em dias de chuva, ainda que de botas, a gente fica com a maior preguiça de sair de casa, não é mesmo? A menos que vc tenha uma ótima razão, e ela se encontra na Caixa Cultural (Av. Almte. Barros 25- Centro).
É que hoje é a abertura da mostra O Legado de Orson Welles.
Orson Welles, vc já deve ter ouvido falar, é um dos mais festejados, cultuados, reverenciados cineastas de todos os tempos.
Foi ele quem, em 1938, produziu uma transmissão radiofônica intitulada A Guerra dos Mundos, adaptação da obra homônima de Herbert George Wells , que ficou famosa mundialmente por provocar pânico nos ouvintes, que imaginavam estar enfrentando uma real invasão de extraterrestres. Apesar de ninguém ver a invasão, graças à dramatização radiofónica, em tom jornalístico, todo mundo acreditou que era verdade vejam vcs! O sucesso da transmissão foi tão grande que no dia seguinte todos queriam saber quem era o responsável pela tal "pegadinha". A fama do jovem Welles apenas começava.
A estreia no cinema, em filmes de longa-metragem, ocorreu em 1941, com Citizen Kane/ Cidadão Kane , considerado pela crítica como um dos melhores filmes de todos os tempos e o mais importante dirigido por Welles.
Os elogios a Cidadão Kane, dizem, tem três motivos: primeiro, pela inovação, pois Welles inovou a estética do cinema com técnicas até então raríssimas nas produções cinematográficas, como a narrativa não linear acompanhada de uma edição muito sofisticada para e época de sua realização.
Segundo, pela coragem, pois retratou em Citizen Kane a vida e a decadência de um magnata da comunicação norte-americana, baseado na história do milionário William Randolph Hearst (esse risonho ai do lado).
Terceiramente, como diria Odorico Paraguaçu, pelo dinamismo , uma vez que o próprio Welles foi diretor, co-roteirista, produtor e ator no filme. Esse fato, por vezes comum nos dias de hoje, foi surpreendente porque no cinema o acúmulo de funções acaba influenciando de maneira negativa no resultado final, mas no caso de Welles, o resultado foi uma obra-prima, algo completamente à frente do seu tempo.
Na retrospectiva dedicada ao cineasta na Caixa Cultural, o raro Cidadão Kane será exibido amanhã, dia 2 de maio, às 16h30, seguido de debate com o mestre nota máxima João Luiz Vieira, às 19h.
Aliás, o debate intitulado "Memória e Identidade na construção narrativa: narração, ficção e o conceito de verdade nas obras de Orson Welles", com João Luiz Vieira e a Ana Lucia Enne, ambos professores da Universidade Federal Fluminense, é uma excelente oportunidade para quem quer entender o que que Orson Welles tem.
A programação segue até o dia 13 de maio, na Caixa Cultural, com aquele precinho bem convidadito: R$2 inteira e R$1 a meia entrada.
É um programa imperdível.
Imperdível também é a edição de amanhã do CINEMA EM SINTONIA, que completa 3 anos neste mês de maio. Nossa entrevista de aniversário será com um dos mais importantes artistas brasileiros, o cantor, ator, compositor e diretor Ney Matogrosso. Ney falará sobre o filme que estreia nesta sexta, o longa-metragem Luz nas Trevas, a volta do Bandido da Luz Vermelha, onde ele é o protagonista.
Ouçam CINEMA EM SINTONIA, o programa que traz o cinema brasileiro até vc, agora das 20h às 21h da noite, na Roquette Pinto FM.
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