domingo, 9 de janeiro de 2011

Clarice

Estou que não me contenho.
Liguem não, é apenas uma "retórica figurativa", seja lá o que isso for, se é que é mesmo. Mas quero dizer que sempre fico assim quando leio Clarice Lispector. Nenhum outro autor me causa essa sensação. Nenhum outro autor tem sobre mim o poder que tem Clarice. Outro dia chorei com o relato da notícia de sua morte. Mas ela morreu em 1977. Eu tinha 13 anos, e na época não tinha sequer noção de que ela existira. Como posso me emocionar agora, ao ler da notícia de sua morte há 34 anos atrás?? Mas eu chorei.

Devo estar errada, mas no cinema, embora sejam comuns as adaptações da literatura, não me lembro de quase nada adaptado de sua autoria. Bom, tem "A Hora da Estrela"(1985,dirigido por Suzana Amaral), que deu à Marcélia Cartaxo o primeiro Urso de Prata a uma atriz brasileira no Festival de Berlim (1986. Quatorze anos depois Fernanda Montenegro tb ganharia o seu por 'Central do Brasil'). É uma falha no meu currículo não ter assistido a esse filme. Falha gravíssima, 14 pontos, retirem minha carteira!
E por favor, não cometam o mesmo erro.

A HORA DA ESTRELA - sinopse
Macabéa, uma nordestina de dezenove anos, orfã de pai, mãe e da tia que a criou, vai para o Rio de Janeiro ser datilógrafa. Ela vai morar numa pensão e tem uma vida sem muitas emoções, pois é indiferente a elas. Conhece Olímpico de Jesus e os dois começam a namorar. Porém a relação não se sustenta e Olímpico acaba trocando Macabéa, a quem chama de “cabelo na sopa”, por Glória, colega de trabalho da ex-namorada, que, por recomendação de sua cartomante, rouba o namorado de Macabéa. Glória, então, recomenda-lhe sua cartomante, para que se sinta melhor, e Macabéa decide ir. A cartomante diz à garota que sua vida irá mudar repentinamente: seu ex-namorado a pedirá de volta, ela ganhará uma grande fortuna e se casará com um gringo lindo que se apaixonará por ela. Macabéa fica entusiasmada, mas quando sai na rua é atropelada por uma Mercedes e morre.

Elenco

* Marcélia Cartaxo .... Macabéa
* José Dumont .... Olímpico de Jesus
* Fernanda Montenegro .... madame Carlota, a cartomante
* Tamara Taxman .... Glória
* Umberto Magnani .... seu Raimundo
* Denoy de Oliveira .... Pereira

Prêmios:
Festival de Berlim (1986)
Prêmio da crítica: Suzana Amaral (também indicada ao Urso de Ouro)
Urso de Prata: Marcélia Cartaxo (Melhor atriz)

Festival de Brasília (1985)
Melhor ator: José Dumont
Melhor atriz: Marcélia Cartaxo
Melhor fotografia: Edgar Moura
Melhor diretor: Suzana Amaral
Melhor edição: Idê Lacreta
Melhor filme

Festival de Havana (1986)
Melhor diretor: Suzana Amaral

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