quarta-feira, 27 de julho de 2011

CENSURA, NUNCA MAIS



Estou engajada nessa que já foi chamada de falsa polêmica. Para quem chegou agora e não está sabendo, estou falando da censura que foi feita a um filme sérvio no Rio de Janeiro. Estou falando da Justiça ter apreendido um filme e proibir sua exibição sob pena de alta multa.

O filme em questão, que não quero expor mais o nome pq não vem mais ao caso, é um filme polêmico, do tipo, segundo quem viu, no melhor dos termos, "forte", "repugnante", "asqueroso". Ainda segundo críticas que li, é um filme "de violência gratuita, feito para chocar", que já foi proibido em outros países tb.

Vou contar pra vcs que antes de começar a divulgar a minha opinião publicamente na rede social, e mais ainda aqui, perguntei muito a mim mesma se queria me expor defendendo um filme que com certeza eu não verei, um filme que não vi e não gostei.

Pois na verdade, isso tem sido um grande exercício para mim. Defender algo que não me agrada.

Mas por que estou defendendo a exibição de um filme que não quero ver?
O que me serve como guia, um “norte” nesta "defesa", é um pensamento muito simples: acho de extrema periculosidade a proibição de uma obra, sob o argumento que for.

Só abriria exceção se houvesse um dolo, uma violência real e covarde sobre alguém (de qualquer idade) ou sobre algum animal durante as filmagens, como já aconteceu com algumas obras inclusive de artes plásticas, porque acho que vai de encontro com outras questões que não morais. Bom, até onde sei, não é o caso do filme.

Proibir uma obra sob argumentação de que incita uma reação x ou y não é argumento válido para mim. Porque isso pode ser interpretado de formas questionáveis, uma vez que os valores que são dados às artes sempre serão subjetivos.

Dentre os vários posts e "contraposts" que li desde que começou essa discussão, já vi muitas citações aos filmes de Pasolini, verdadeiros pesos pesados na moral e nos bons costumes, considerados obras-primas. Eu tb acho que são. Mas a minha mãe, pode achá-los ofensivos e degradantes. Assim como uma juíza. E aí? A minha mãe e a juíza podem proibir a obra? Quem pode dizer se essas obras podem ser veiculados publicamente ou não? Percebem o que quero dizer?

Fico particularmente ofendida quando alguém chama de falso o que está sendo discutido neste momento. Mais ainda alegando uma certa "exceção à regra", afirmando que "neste caso", a censura se aplica. Alôôô, alto lá!!! Como bem disse uma amiga no FaceBook, "ou há ou não há censura".

Falsidade é a característica do que não é verdadeiro, e o que está acontecendo é um debate bem real e concreto acerca do poder jurídico, religioso ou governamental de impedir a exibição/exposição de uma obra, que no caso é um filme, mas poderia ser uma peça de teatro, um livro ou uma música ou seja lá o que for. E essa discussão me parece bem verdadeira e digna.

Outro amigo já propôs que depois do "Tortura,nunca mais", criemos o "Censura, nunca mais". Tô dentro.

Saiba mais as diversas opiniões que rolam por aí:
http://www.facebook.com/?ref=home#!/notes/paulo-j%C3%BAnior/carta-da-petrini-filmes-assinada-por-raffaele-petrini-sobre-o-caso-a-serbian-fil/1669294112687

http://oglobo.globo.com/cultura/mat/2011/07/26/suspenso-pela-justica-do-rio-filme-com-cenas-de-violencia-explicita-vira-hit-na-web-gera-debate-sobre-censura-924981409.asp

http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=P2011N12699

http://www.facebook.com/?ref=home#!/groups/169498549739613?view=doc&id=237341812955286

http://opiniaoenoticia.com.br/cultura/o-verdadeiro-horror-e-a-volta-da-censura/?ga=dtf

e também:
http://g1.globo.com/platb/maquinadeescrever/2011/07/26/um-filme-degradante-e-uma-falsa-polemica/


Qual é a sua opinião?

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